Hoje ouvindo uma música eu fui levado a uma reflexão que não fazia há um tempo. É a música cantada por Maria Rita: Caminho das águas. Confesso que não entendi o sentido da letra como um todo, mas pelo menos a parte que disse: ´´A barca segue seu rumo, lenta, como quem que já não quer mais chegar, como quem que já não quer mais voltar...´´. O curioso é que na hora imaginei um rio e um PASSAGEIRO de uma barca. Esse passageiro estava insatisfeito de haver tomado aquela barca e não poder fazer nada para sair dela. Ele pegou a barca ´´errada´´. Teria que esperar até a chegada no próximo ´´porto´´ para que pudesse sair e fosse navegar em direção ao lugar que ele queria. Mas esse passageiro é um paulista navegando em águas do rio Amazonas. Ele, habituado a vida da cidade grande e não litorânea, aprendeu apenas a se orientar lendo as placas de ruas.
Quando a viagem começou, ele não sabia ao certo o porquê de estar naquele lugar, mas tinha que sair de onde estava e por isso embarcou. Durante os primeiros momentos ele se encantou com aquela realidade e até gostava de estar ali, mas não era seu sonho. Estando acostumado, aquele encanto se foi e ele já não estava tão feliz de estar ali. Era um pouco tolo, porém, pois no porto onde estava haviam tantaos que queriam ter embarcado, e ele era sim um fortunado, era muito privilegiado...A viagem é longa muito longa. Mas mesmo a mente estando em um outro lugar, seu corpo ainda estava na embarcação e, portanto, os outros passageiros começam a se relacionar com ele. E por mais que houvesse um esforço de sua parte para não se apegar as pessoas, o tempo é muito longo. Aquilo que parecia monótono e diferente de sua meta inicial, começou a ganhar um espaço diferente, um espaço de carinho em seu coração. Talvez fosse esse seu medo ao ter percebido no início da viagem que não estava indo diretamente para onde inicialmente queria. O som das águas, o cantar dos pássaros, o riso dos demais passageiros, o contato com os ribeirinhos que uma vez ou outra pareciam e até mesmo a dieta baseada basicamente em peixes de água doce era algo muito confortável. O destino da barca, que antes não era o desejado, parece cada dia mais brilhante e promissor. Parece que o outro destino não servirá mais. Ele meio que deseja que o rio corra mais vagarosamente só para poder estar mais tempo daquele modo. Não é mais necessário lutar por algo diverso daquilo, mas sim exclusivamente lutar a mesma luta na qual pelejam os outros passageiros. Tornou-se mais fácil sonhar um sonho mais típico, talvez. Claro que sua essência não mudou, então nesse novo destino ele viverá mais ou menos como os outros, mas sua vida certamente terá um pouco de suas particularidades. Não há dentro dele mais o desejo de voltar a São Paulo. Ele não sabe o que acontecerá quando chegarem ao porto. Mas, por hora, não importa. Há um pouco de uma crise de identidade. Ele já não sabe se é o mesmo desde que embarcou. O pior é que ele não sabe disso, mas eu o vejo um pouco apático. Bryan Carruth me disse um dia que o oposto de amor não é ódio, mas sim apatia. Eu torço para que ele esteja vivendo algo bom e esses sejam sintomas, talvez, de crescimento ou mudança de idéia. Mas oro para que ele nunca fique apático e espero independente de onde fique ele viva uma felicidade que queime em seu peito. Viva coisas intensas...Ele está vivo :) Chegará vivo porque tem promessas e viverá muitos anos ainda! Não será apático.... :)
Quando a viagem começou, ele não sabia ao certo o porquê de estar naquele lugar, mas tinha que sair de onde estava e por isso embarcou. Durante os primeiros momentos ele se encantou com aquela realidade e até gostava de estar ali, mas não era seu sonho. Estando acostumado, aquele encanto se foi e ele já não estava tão feliz de estar ali. Era um pouco tolo, porém, pois no porto onde estava haviam tantaos que queriam ter embarcado, e ele era sim um fortunado, era muito privilegiado...A viagem é longa muito longa. Mas mesmo a mente estando em um outro lugar, seu corpo ainda estava na embarcação e, portanto, os outros passageiros começam a se relacionar com ele. E por mais que houvesse um esforço de sua parte para não se apegar as pessoas, o tempo é muito longo. Aquilo que parecia monótono e diferente de sua meta inicial, começou a ganhar um espaço diferente, um espaço de carinho em seu coração. Talvez fosse esse seu medo ao ter percebido no início da viagem que não estava indo diretamente para onde inicialmente queria. O som das águas, o cantar dos pássaros, o riso dos demais passageiros, o contato com os ribeirinhos que uma vez ou outra pareciam e até mesmo a dieta baseada basicamente em peixes de água doce era algo muito confortável. O destino da barca, que antes não era o desejado, parece cada dia mais brilhante e promissor. Parece que o outro destino não servirá mais. Ele meio que deseja que o rio corra mais vagarosamente só para poder estar mais tempo daquele modo. Não é mais necessário lutar por algo diverso daquilo, mas sim exclusivamente lutar a mesma luta na qual pelejam os outros passageiros. Tornou-se mais fácil sonhar um sonho mais típico, talvez. Claro que sua essência não mudou, então nesse novo destino ele viverá mais ou menos como os outros, mas sua vida certamente terá um pouco de suas particularidades. Não há dentro dele mais o desejo de voltar a São Paulo. Ele não sabe o que acontecerá quando chegarem ao porto. Mas, por hora, não importa. Há um pouco de uma crise de identidade. Ele já não sabe se é o mesmo desde que embarcou. O pior é que ele não sabe disso, mas eu o vejo um pouco apático. Bryan Carruth me disse um dia que o oposto de amor não é ódio, mas sim apatia. Eu torço para que ele esteja vivendo algo bom e esses sejam sintomas, talvez, de crescimento ou mudança de idéia. Mas oro para que ele nunca fique apático e espero independente de onde fique ele viva uma felicidade que queime em seu peito. Viva coisas intensas...Ele está vivo :) Chegará vivo porque tem promessas e viverá muitos anos ainda! Não será apático.... :)